Cinquenta dias, em média, é o tempo que as amêndoas de cacau da fazenda Santa Luzia, no Sul da Bahia, levam para virar chocolate na Chocolat du Jour. O tempo relativamente curto entre a colheita do fruto e a exposição dos produtos em loja é possível já que a marca, além de plantar o próprio cacau, domina todas as etapas no processo produtivo - as amêndoas secas chegam na fábrica, em São Paulo, e ali são torradas e processadas, da moagem dos nibs à temperagem do chocolate.
Com isso, a marca faz, há três anos, o que chama de bean to art (da amêndoa à arte) - e não bean to bar (da amêndoa à barra), como foi batizado o movimento de marcas de chocolate que também cuidam das etapas de produção desde a seleção das amêndoas. “Tratamos os produtos como obras de arte, com cores e formatos diferentes, sempre pensados com criatividade e cuidado”, afirma Patrícia Landmann, filha dos fundadores e gerente de marketing da Chocolat du Jour.
O cacau é nosso
Desde 2007, a Chocolat du Jour rema “contra a invasão belga”, como eles mesmos frisam, desenvolvendo um chocolate 100% nacional. O movimento começou com parcerias com pequenos produtores brasileiros de cacau e, 12 anos depois, com o início do próprio cultivo, na Bahia. “Lá em 1987, quando minha mãe começou a fazer suas trufas, não havia cacau fino nacional disponível. Só mais tarde, com o interesse crescente dos produtores em melhorar a qualidade do ingrediente, que conseguimos substituir a matéria-prima importada”, conta Patrícia.
Hoje, a marca chega a processar uma tonelada de cacau por mês (em meses corriqueiros); na Páscoa, essa média sobe para duas toneladas. E para processar toda essa matéria-prima e dar conta de abastecer as oito lojas da marca, as máquinas da fábrica, na Vila Leopoldina, trabalham a todo vapor desde fevereiro - o cheirinho de chocolate que domina todo o ambiente denuncia. E haja artesãos para pintar os ovos e colar cada olhinho, cada coraçãozinho, um por um, tudo à mão.
Confira os bastidores dessa fantástica fábrica de chocolates no vídeo.