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Suzana Barelli

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Le Vin Filosofia

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12 vinhos brancos de meia estação

Sugestões de rótulos de vinhos brancos mais encorpados para quem já está se despedindo da estação do frio

Final de inverno é assim:tem aqueles dias que dá vontade de tomar um vinho que já nos leve ao verão. Mas as temperaturas que teimam em cair no final da tarde ainda não convidam para uma taça mais gelada. A solução é um vinho branco, que já leva a nossa imaginação aos tempos mais quentes, que estão para vir. Mas não um branco leve, fresco, bem aromático, daqueles para beber na beira da piscina. A pedida da estação é um vinho mais concentrado, untuoso e, por que não, encorpado.

Vinhos brancos para a meia estação Foto: Fernando Sciarra/Estadão

Pode ser um branco com aquela marca de maior contato com as leveduras, ou com passagem em barricas de carvalho, técnicas de elaboração da bebida que lhe traz mais complexidade. Não raro estes vinhos remetem a notas que lembram baunilha, frutas secas, chocolate branco, termos mais ligados à meia estação.

Nesta degustação, o Paladar selecionou 12 brancos que combinam com esta meia estação e que pedem receitas mais requintadas do que uma quiche ou uma salada caprichada. São brancos que têm aquela estrutura que permite enfrentar as noites mais frias, mesmo que o dia tenha sido ensolarado, mas que também aportem notas mais frescas, que nos leve a sonhar com a estação do sol.

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Provados às cegas, sem saber quem elaborou cada amostra, as garrafas deste painel apresentaram aromas que lembram frutas brancas com carroço, que é como os especialistas definem pêssegos, damascos e nectarinas, que são frutas, digamos, mais de inverno. Alguns têm as notas de panificação, que indicam que a bebida teve um estágio mais longo com as leveduras (tecnicamente, o sur lie). São elaborados com variedades brancas de maior estrutura, como a Chardonnay, a Sémillon e a Encruzado, entre outras. E mantém um necessário frescor (que os especialistas definem como acidez) para apresentarem a sua vocação gastronômica.

Degustação de 12 vinhos brancos com estrutura que permite enfrentar as noites mais frias Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Nesta seleção de brancos com – quase – alma de tinto, os vinhos são listados pela sua ordem de preferência dos degustadores, o especialista Felipe Campos, professor da escola The Wine School Brasil, e por Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar. No ranking, chama atenção que os dois vinhos mais bem pontuados, e empatados em primeiro lugar, vem de Portugal.

Empate de campeões

Olho de Mocho Reserva 2019

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Alentejo, Portugal (R$ 200, na World Wine) Na Herdade do Rocim, nasce este branco elaborado apenas com a variedade antão vaz, de notas que remetem ao cítrico, à ervas de cozinha, e uma agradável sensação de mel, mas sem a sua doçura. Encanta, com seu corpo médio, com acidez presente, certa untuosidade, álcool bem integrado, e persistente. Tem 12,5% de álcool.

A Descoberta Colheita Branco 2019

Dão, Portugal (R$ 172,80, na Premium Wines) De cor amarelo claro, este vinho da Casa da Passarela mostra a vocação do Dão para os brancos. É elaborado com partes iguais das uvas encruzado, malvasia fina e verdelho, e traz notas de frutas frescas, com um toque cítrico. De corpo médio, boa untuosidade, até lembra alguma doçura, talvez pela malvasia fina, mas sem ser doce, bem escoltado com sua acidez. Tem 13% de álcool. 

Três rótulos disputam o segundo lugar

Câmbio Blanc de Noirs Grande Escolha 2019

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Tejo, Portugal (R$ 159, na 4U.wine) De cor amarelo palha, surpreende por ser elaborado com uma uva tinta, a tempranillo, vinificada como uma branca (sem contato com as cascas). Seus aromas lembram frutas brancas, como pêra, e tropicais, como maracujá, e um surpreendente tutti-fruti. No paladar, tem corpo médio e traz a madeira muito bem integrada ao líquido, e é muito persistente. Tem 13% de álcool. 

Cara Sucia Blanco Legítimo 2020

Rivadavia, Argentina (R$ 135, na Domínio Cassis) Pequeno produtor orgânico que vem ganhando reconhecimento na Argentina, o Durigutti elabora este branco com uvas diferentes, que estão cultivadas juntas, no mesmo vinhedo, como palomino, chenin blanc e pedro ximénez, entre outras. O vinho fermenta em tanques de concreto em formato de ovo, tem cor amarelo mais forte, com aromas que remetem ao cítrico, às especiarias e a algo de marmelo. No paladar, une untuosidade com frescor, com bom equilíbrio e persistência. Tem 13,5% de álcool.

Château Ste Michelle Chardonnay 2018

Columbia Valley, EUA (R$ 200,90, na Grand Cru) Com leves borbulhas ao chegar na taça, mostra a elegância da chardonnay, com notas de peras maduras; ervas, como tomilho, e um leve toque cítrico e de baunilha. No paladar, tem corpo médio, notas de frutos secos, de baunilha e de chocolate branco. Poderia ter maior frescor, mas não compromete a qualidade e complexidade. Tem 14% de álcool. 

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Quatro brancos de uvas menos conhecidas

Marqués de Riscal Limousin 2018

Rueda, Espanha (R$ 222,99, na Todovino) Branco espanhol tem cor amarelo claro e notas ainda fechadas, que remetem a frutas mais maduras como pêssego e damascos. Impressiona mais no paladar, com corpo médio, muito equilíbrio e agradáveis notas de baunilha e de chocolate branco, resultado da fermentação da uva verdejo em barricas de carvalho, e boa persistência. Tem 13,5% de álcool. 

Passadouro Branco 2019

Douro, Portugal (R$ 186, na Adega Alentejana) Da vinícola que agora pertence à quinta do Noval, este branco é elaborado com as variedades viosinho, gouveio, rabigato e códega do larinho. Sua cor amarelo clara e seus aromas que lembram frutas brancas, muitas ervas, com um toque de frutas secas. De corpo médio, é muito equilibrado no paladar, com uma acidez que o torna gastronômico. Tem 13,5% de álcool.

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PX # 1 Coletivo Mutante 2019

Limari, Chile (R$ 139, na Wine & Co) De cor amarelo claro, com reflexo verdeal, é elaborado com a pedro ximenez, a mesma uva utilizada pelo pisco no norte do Chile. Seus aromas lembram notas cítricas, de ervas de cozinha. Bem seco no paladar, com corpo médio, é bem fresco, tem certa cremosidade, que remete ao provável maior contato com as leveduras. Tem 13,5% de álcool.

PP Pizzato Sémillon 2020

Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 126, na Costi Bebidas) Branco em homenagem ao patriarca Plínio Pizzato, que apostou no plantio de variedades francesas no Vale dos Vinhedos. Cerca de 40% de suas uvas fermentam e depois amadurecem em barricas de carvalho e o restante é fermentado em de aço inox. De cor amarelo, seus aromas lembram damascos, pêssegos, com as notas de baunilha presentes. No paladar, tem corpo e acidez médios, com presença de madeira, que lhe dá certo amargor final. Tem12,5% de álcool.

Um trio de Chardonnay

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Montes Classic Series Chardonnay 2019

Vale Central, Chile (R$ 125, na Mistral) Chardonnay clássico da vinícola Montes, que amadurece em parte em barricas de carvalho. De cor amarelo claro, traz notas cítricas e de tostados nos aromas, e um toque de ervas. De corpo e acidez média, com textura levemente untuosa, porém curto no paladar. Tem 13,5% de álcool.

Los Vascos Chardonnay 2020

Colchagua, Chile (R$ 119,50, na Vinci) De importadora nova no Brasil, este branco é um projeto da francesa Domaines Baron de Rothschild Lafite no Chile. De cor amarelo palha, destaca-se pelas notas cítricas e um toque mineral no nariz, e pela acidez bem pronunciada, no paladar. A questão é que falta corpo para escoltar toda esta acidez. É um branco para quem já está, mesmo, no verão. Tem 14% de álcool.

Sarafin Chardonnay 2018

Aegean, Turquia (R$ 310, na Sociedade da Mesa) Para quem não imaginava, este chardonnay traz a Turquia para o mundo do vinho. O branco se destaca pelos gostosos aromas de frutas de caroço bem maduras, com um toque de baunilha. No paladar, as notas de madeira são mais evidentes, para quem aprecia o estilo, com acidez mais baixa. Tem 14% de álcool.

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