A imagem estilizada de um canguru se destaca em qualquer gôndola de vinho. Pode reparar: colorido, até divertido, este rótulo australiano é o símbolo da marca de vinhos mais poderosa do mundo, segundo pesquisa da consultoria inglesa Wine Intelligence. Em segundo lugar, está a chilena Casillero del Diablo, que tem sua comunicação ligada aos mistérios da “casa do diabo” e é bastante conhecida aqui dos brasileiros. Em terceiro, a norte-americana Barefoot, que traz uma pegada como imagem e uma linguagem totalmente despojada na comunicação de seus brancos e tintos (em seu site, por exemplo, os vinhos são reconhecidos por seus aromas, como frutas vermelhas, cítricos, e características, como refrescantes, e não pela variedade da uva). Menos conhecida dos brasileiros entre as três marcas mais poderosas, os cinco vinhos da Barefoot disponíveis por aqui vem da filial chilena desta vinícola californiana.
Mas o que faz uma marca forte? O primeiro ponto é o fato de o consumidor lembrar dela. O segundo é ter uma ampla distribuição – em geral, são vinhos vendidos em supermercados – e gerar uma conexão de compra com os consumidores. Atributos como recomendação dos conhecidos, afinidade com a sua comunicação também importam. “Em geral, são grandes marcas globais, com consistência ao longo do tempo e uma identidade visual clara”, explica Rodrigo Lanari, que representa a Wine Intelligence no Brasil.
As três marcas campeãs são vendidas no Brasil por preços entre R$ 45 e R$ 70, em seus vinhos de entrada, e são facilmente encontrados nos milhares de pontos de venda pelo País. Se tem qualidade? Isso depende da percepção dos consumidores, mas são brancos e tintos bem elaborados, sem defeitos, e que permitem a boa apreciação dos consumidores. Podem ser definidos como vinhos simples, sem maiores complexidades, mas um porto seguro para quem procura uma boa e descompromissada taça de vinho.
O ranking das dez marcas se completa com a norte-americana Gallo, em quarto lugar, seguida pela australiana Jacob Creek, a chilena Gato Negro, a chilena Santa Carolina, a francesa Mouton Cadet, a francesa J.P. Chenet e australiana Lindeman’s. A Austrália e o Chile têm, cada um, três marcas entre as dez mais lembradas. E Estados Unidos e França, cada um, têm duas marcas neste ranking. Chama atenção que dos três maiores produtores mundiais, Itália, Espanha e França, apenas a França têm marcas entre as mais poderosas. E países do Novo Mundo, como Austrália e Chile, o quinto e sexto maiores produtores, respectivamente, conseguem fazer marcas poderosas.
Batizado de Global Wine Brand Power Index 2022 e em sua quinta edição, o estudo recém-publicado mostra que as marcas mais poderosas estão recuperando parte da performance que tinham antes da pandemia. “Fechados em casa, os consumidores tiveram pouco contato com as marcas nestes dois anos. Agora, as marcas estão melhorando a sua conexão com os consumidores e o seu poder de venda”, afirma Lanari. A pesquisa ouviu 25 mil consumidores em 25 mercados, o que representa 400 milhões de bebedores de vinho no mundo todo. A Dinamarca entrou na pesquisa, no lugar da Rússia, devido à guerra.
A australiana Yellow Tail e a chilena Casillero del Diablo têm índices bem acima das demais marcas. As duas ocupam o primeiro lugar em três dos 25 mercados pesquisados. A Yellow Tail aparece no ranking dos dez primeiros em dez mercados e a Casillero del Diablo, em 14 países. A Barefoot vem se destacando rapidamente – a marca californiana estava na 13o lugar em 2019.
As dez marcas mais fortes do vinho
1º Yellow Tail 2º Casillero del Diablo 3º Barefoot 4º Gallo 5º Jacob Creek 6º Gato Negro 7º Santa Carolina 8º Mouton Cadet 9º J.P. CHenet 10º Lindeman’s