Especial para o Estado
O mel de abelhas nativas está ganhando espaço na cozinha dos restaurantes e alguns endereços passaram a abrigar também pequenas famílias desses insetos. Em uma iniciativa da marca Mbee, 45 caixas de abelhas estão sendo espalhadas por pontos de São Paulo e arredores. “Nossa meta com essa ação é que as pessoas conheçam as abelhas nativas, que percam o medo delas, saibam que elas não têm ferrão”, explica Eugênio Basile, da Mbee.
A iniciativa também ajuda a aumentar a população das abelhas Meliponinae, sem ferrão. As abelhas que têm ferrão são as de origem africana como a Apis Mellifera, aquela amarela e preta.
Entre os locais que receberam caixas de abelhas estão restaurantes como Tuju, Corrutela, Aizomê, Chou, Petí, o coreano Komah, o novíssimo Satú, do chef Flávio Miyamura, e o empório de orgânicos Instituto Chão.
Na maioria deles, as colônias são de abelhas jataí, mas há exceções, como é o caso do Mocotó, de Rodrigo Oliveira. Como já havia uma colônia de jataís ali, seu restaurante recebeu a caixa de abelhas mandaçaia.
Parceiro da Mbee no projeto, o especialista Celso Barbiéri, das organizações Beekeep e Meliponicultura.org, ajudará na manutenção das colônias. “Jataí é uma ótima espécie para quem está iniciando na meliponicultura”, explica Celso. “Essas abelhas não exigem muitos cuidados, conseguem coletar pólen e néctar em praticamente qualquer flor, por isso se adaptam muito bem ao ambiente urbano.”
A ideia é que o especialista dê apoio à equipe do restaurante, para que os funcionários possam cuidar dos insetos, e, quando a hora chegar, até coletar o mel produzido pelas abelhas. De acordo com Celso, uma colônia madura de abelhas jataí, como as que foram distribuídas pela Mbee, pode produzir de 500 ml a 1 litro de mel por ano.
“Essa iniciativa é muito importante para quebrar o paradigma de que abelhas podem fazer mal às pessoas, mas também para apresentar o mel da jataí a mais gente, porque ele tem um sabor bem específico”, defende Celso.