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Restaurantes e Bares

Novos restaurantes do Rio fazem a ponte aérea valer a pena

A inauguração da casa do chef Alberto Landgraf, ao lado de outras novidades, coloca a cidade no centro das atenções de quem gosta de comer e beber

O chef. Landgraf na cozinha do seu novo Oteque no Botafogo. Foto: João Grinspum Ferraz Foto: João Grinspum Ferraz

Do Rio de Janeiro (RJ)

A aguardada inauguração do restaurante do chef Alberto Landgrafno Rio de Janeiro marca um novo ciclo gastronômico para a cidade. O chef que deixou para trás São Paulo há dois anos, após o fechamento de seu Epice, está de volta à cozinha com o Oteque, casa que abre na próxima semana em Botafogo. O bairro da Zona Sul escolhido por Landgraf é lar de chefs de peso que estão entre os responsáveis pela volta do Rio ao roteiro gastronômico de relevância nacional em meados de 2014. Entre eles Rafael Costa e Silva, do Lasai, e Pedro de Artagão, do grupo Irajá, que até ganharam capa da Paladar na época. 

O chef. Landgraf na cozinha do seu novo Oteque no Botafogo Foto: João Grinspum Ferraz

Além do Oteque, o Rio ganhou no segundo semestre de 2017 duas novas casas que têm por trás nomes que fazem parte da nova onda gastronômica carioca. Nascida da parceira entre o chef Pedro Siqueira e o padeiro Marcus Cerutti, a pizzaria Ella, que se debruça sobre o Jardim Botânico, é a primeira da cidade a fazer pizzas napolitanas de longa fermentação natural, já tão populares em São Paulo. + Onde comer e beber na região da República+ As frases célebres de Paul Bocuse

Já no Oia, o chef Elia Schramm prepara pratos da cozinha mediterrânea em casa pomposa na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, além de comandar outros três endereços na cidade. Quer ainda mais motivos para pegar a ponte aérea? Abaixo você conhece mais sobre as novidades do Rio de Janeiro. 

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OTEQUE Onde Landgraf encontra o mar 

A abertura da casa do chef Alberto Landgraf tardou, mas não falhou. Foram dois anos de hiato entre fechar as portas do Epice, em São Paulo, e abrir a do Oteque, na próxima terça (6), no Rio. Foi lá que Landgraf encontrou tempo para repensar a carreira e encontrar o mar, que brilha no novo cardápio. Uma das atrações é um tanque à vista do cliente recheado de ostras e mariscos vivos nativos de Maceió – mais fresco, garante o chef, impossível. 

Ostra de mangue com leite de castanha Foto: Renata Mesquita|Estadão

A cozinha é aberta para o salão sem parede, sem balcão, com apenas uma longa mesa de madeira de seis lugares virados para a cozinha – inspiração japonesa, conta o chef. O Japão é muito presente na hospitalidade da casa. Antes do jantar começar (só abre à noite) chega à mesa as oshibori, toalhinhas quentes umedecidas.

Na sequência, vêm os pratos. O Oteque só oferece menu-degustação (R$ 195), são cinco etapas por noite, que mudam a cada semana. Nos pratos brilham os legumes, os frutos do mar e os caldos – o chef define como uma cozinha próxima do final do Epice – alguns desses pratos estão ali, caso da cebola assada com ouriço e creme de mexilhões.

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Mas já dá para se "apegar" aos novatos, como o boudin de foie gras com pupunha e emulsão de tucupi, muito sabor e pouco tempero (outra lição que o chef trouxe do Japão, o sal passa longe, e não faz falta). Dos peixes, a trilha fresca, muito fresca, com cenoura assada e tutano. A carne até aparece, tímida, no último prato, a costela com couve desidratada e caldo de músculo (limpo e equilibrado). De sobremesa, sorvete de milho de textura aveludada com tangerina e trigo sarraceno.

Boudin de foie gras com pupunha salteado e espuma de tucupi Foto: Renata Mesquita|Estadão

Fora, a fachada da casa de bairro foi mantida; dentro, tudo foi ao chão – restaram as janelas coloniais que contrastam com os tijolos aparentes e o forro de madeira clara que lembra um caixote. São apenas seis mesas redondas, além de um bar na direção oposta da cozinha. Para beber, a carta conta com 110 rótulo e duas opões de harmonização: a mais simples custa R$ 150; a complexa, R$ 300.

Onde. R. Conde de Irajá, 581, Botafogo. (21) 3846-5758. 19h30/0h (fecha segunda e domingo)

ELLA Pizza napolitana-carioca

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Não fosse a vista para o verde do Jardim Botânico, qualquer um poderia jurar que a Ella é uma das várias pizzarias napolitanas moderninhas que inundam São Paulo. Ali o rito segue a cartilha neo-paulistana: massa de longa fermentação natural, disco de tamanho individual, bordas altas e queimadinhas, e recheios inteligentes com ingredientes de qualidade, além do serviço de almoço e de jantar. Vá de clássica, como a marguerita (R$ 32; foto), mas se der também peça uma da casa, como a embutido (R$ 39), com pesto de pancs, linguiça artesanal e mussarela de búfala, obra do padeiro Marcos Cerutti ao lado do chef Pedro Siqueira.

Pizza Nosso tomate muçarela de búfala manjericão e azeite Foto: Tomas Rangel

Cerutti é o nome também por trás da S.p.A Pane, loja online de pães de fermentação natural. Vale se organizar e pedir para entregar no hotel, Airbnb, onde for...

Já Siqueira comanda a cozinha do Puro, em que apresenta sua cozinha contemporânea de bases francesas e ingredientes brasileiros. O menu-degustação tem preço atraente (R$ 98) e seis pequenos pratos, como a minibatata-cenoura, cogumelos defumados e molho béarnaise de chimichurri. Siqueira tem ainda uma bandeira na concorrida Dias Ferreira, no Leblon. No Massa, serve... massas, todas feitas na casa em receitas bem inventivas – não espere encontrar o tradicional carbonara lá.

Onde. Ella Pizzaria. R. Pacheco Leão, 102, Jardi Botânico. (21) 3559-0102. 12h/17h e 18h/0h. Puro. R. Visconde de carandaí, 43, Jardim Botânico. (21) 3284-5377. 12h/17h e 19h30/0h (dom., 12h30/22h) Massa. R. Dias Ferreira, 617, Leblon. (21) 3985-8191. 12h/17h e 19h/1h

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OIA Um grego de alma italiana

O Oia abriu as portas em dezembro do ano passado, mas já tem filas que lotam a calçada nas noites de sexta-feira. O cardápio fresco (não faltam hortelã, pepino) como a salada de melancia e com receitas que passam pela brasa é de autoria do chef suíço Elia Schramm, que até o ano passado comandava a cozinha do carioca Laguiole, uma estrela Michelin em 2017. O cardápio vai além dos preparos clássicos gregos – mas não falta a moussaka (R$ 39) – e foca mais nos peixes e frutos do mar.

Salada Mediterrânea. Melancia marinada, iogurte, especiarias e hortelã. Foto: Rodrigo Azevedo

Tem também “invencionices” com ingredientes do país, como o feta popocorn (R$ 31) cubos de queijo feta empanados e fritos. Quem comanda o dia a dia da casa é a chef Viviane Mello, que tem passagem pelo Noma. Além do Oia, Schramm está por trás do cardápio de outras três casas, os italianos Luce, Pici Trattoria e Brasserie Mimolette, todos pertencentes a um mesmo grupo, o 14zero3, que não para de crescer na cidade.

Onde.Oia. R. Barão da Torre, 340, Ipanema. (21) 3201-6529. Luce. Estrada da Gávea, 899, 3º piso (Fashion Mall), São Conrado. 12h/0h Pici Trattoria. R. Barão da Torre, 348 , Ipanema. 12h/0h

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RESTAURANTES NA PONTE AÉREA

Os chefs também estão na ponte aérea. Para março, está prometida a inauguração do Ino, irmão carioca do italiano Più. O chef Marcelo Laskani já está com equipe montada e só esperando a obra acabar para abrir a nova casa em Botafogo. Já o chef carioca e apresentador de TV Felipe Bronze vai trazer o Pipo, sua casa mais casual, para São Paulo, no MIS. A data de abertura não está definida.

Pudim do Pipo, restaurante mais casual do chef Felipe Bronze que deve aterrizar em SP neste ano Foto: Renata Mesquita|Estadão

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